
Boa tarde haaa domingo dia de curar da resaca, hauhauhauahuaha... bem a partir deste domingo trarei algumas sugestões de livros bom para ler...
Metro 2033
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O meu tema favorito é fim do mundo, o apocalipse, principalmente o pós-apocalipse, seja em filmes, animações, HQs, jogos ou livros. O volume de material é imenso já que a humanidade vive constantemente debaixo do medo de que isso aconteça, seja através da religião, da mitologia, da mídia ou da ciência. Quem aí não sentiu um friozinho na barriga quando veio notícias sobre o grande LHC, lá na fronteira entre a França e a Suíça? Ainda mais com a proximidade de 2012… E é justamente neste ano que tudo começa em Metrô 2033, livro russo de ficção-científica, escrito pelo jornalista Dmitry Glukhovsky, recém lançado no Brasil pela Editora Planeta.
Sem muitas explicações, como se a informação tivesse se perdido no tempo, sabemos apenas que uma catástrofe nuclear assolou a Rússia e a maior parte da população morreu. Algumas pessoas conseguiram se refugiar nos subterrâneos do metrô de Moscou, para se proteger da devastação, e aqueles que não tiveram a mesma sorte sofreram os efeitos brutais da radiação.
Mais de 20 anos se passam e toda uma nova geração cresce dentro dos túneis do metrô e uma sociedade é desenvolvida ali dentro, fazendo com que a sobrevivência seja a regra principal do dia-a-dia. Alimentando-se de cogumelos, ratos, porcos e galinhas, a população moscovita digladia-se com a dura realidade da vida no subsolo.
É neste cenário pós-apocalíptico que acompanhamos a triste jornada de Artyom, sobrevivente da superfície que foi entregue por sua mãe nas mãos de soldados durante uma praga de ratos, e que passa a viver numa longínqua estação de metrô que, além de suportar todas as dificuldades de uma existência precária, é assolada por criaturas terríveis da superfície chamadas por eles de “demônios”, fruto da mutação causada pela radiação.

Sob constante ameaça de ataques das criaturas demoníacas da superfície, Artyom se vê na difícil tarefa de alertar outras estações do risco iminente de uma invasão massiva que porá em risco os últimos humanos da Terra. A missão lhe foi incumbida por Hunter, um dos poucos que fazem excursões na superfície de Moscou em busca de suprimentos para o povo do metrô, que desconfia do medo que assoma às mentes de quase toda população restante.
Em sua jornada através dos túneis do metrô, Artyom encontra-se com personagens curiosos, outros terríveis, e conhece zonas sombrias dentro de si mesmo que a vida em VDNKh, estação erma em que habita, nunca permitiria. Vemos aí a clássica trajetória do herói que vive em zona afastada, como Dorothy, de o Mágico de Oz, no Kansas, se vendo a confrontar e aliar-se com seres muito diferentes dos quais convivia no seu ambiente familiar e restrito. Artyom aceita o chamado que lhe é feito, mas muito por acidente do que propriamente por vontade, sendo resultado de uma soma de fatores favoráveis a situação. Em muitos momentos do livro vemos o personagem questionando a si mesmo e colocando seu altruísmo vazio em cheque.
Sem moeda local os habitantes usam cartuchos de metralhadora como dinheiro e o escambo é comum. Num esboço de sociedade como esta se abre espaço para pequenos feudos, máfias, fascismo, fanatismo religioso, esoterismo… não bastasse todo o sofrimento de um mundo arrasado por bombas nucleares e miséria, ainda somos apresentados a todas tristezas humanas. Onde há sofrimento há um poder por trás.
Fantasmas, hippies, nazi-fascistas, mercenários, canibais, místicos, revolucionários comunistas, fanáticos religiosos, comerciantes mesquinhos, mafiosos, mutantes, e toda escória humana se cruzam, ora empurrando o inexperiente Artyom de encontro a seu destino, ora fazendo-o perscrutar seu subconsciente, sua fé, suas crenças, confrontando-o consigo mesmo. Durante todo o livro somos conduzidos por túneis escuros, claustrofóbicos e também pelos sonhos do protagonista, que em diversas vezes são confundidos com a realidade.
Em outros livros sobre sociedades subterrâneas, como os juvenis Cidade das Sombras (City Of Ember, de Jeanne DuPrau) e a série Túneis (Tunnels, de Roderick Gordon e Brian Willians), acompanhamos sofridamente a dura rotina de se viver sem a luz do Sol, enfrentando os perigos dos subterrâneos, e nos maravilhamos com isso, porém em Metrô 2033, temos um ambiente familiar completamente transformado, em que estações são aldeias e as pessoas são obrigadas a suportarem a penúria para continuarem vivendo.

Todo o tempo o autor nos apresenta um novo cenário, familiar é verdade, mas novo em sua deterioração moral e social, explicitando os estereótipos com os quais convivemos hoje, dos interesses políticos às fábulas religiosas, e no meio de tudo nos sentimos tão perdidos e desiludidos na labiríntica rede de metrôs de Moscou, verdadeira metáfora da vida em sociedade hoje.
Metrô 2033 é uma ficção-científica de primeira. É um livro tenso, de suspense e terror, pontuado por ação desenfreada e combates assustadores com criaturas deformadas. De linguagem fácil, sem muito palavrório, e narrativa dinâmica, a leitura seria agradável não fossem as constantes consultas ao Mapa de Metrô de Moscou, estampada no interior da capa na edição nacional, que por outro lado, torna ainda mais viva a experiência vivida por Artyom.
Entra facilmente para os clássicos do gênero, como Eu Sou A Lenda, de Richard Matheson, e A Estrada, de Cormac McCarthy, tanto que só na Rússia vendeu até 2009 mais de 400 mil cópias e hoje já foi traduzido para mais de 20 idiomas.
O livro inspirou o jogo homônimo de tiro em primeira pessoa, produzido pela 4A Games, que é sucesso absoluto, tendo recebido pontuações altíssimas não só em jogabilidade (tem uma engine própria), como também em enredo. Não é para menos: o livro está repleto de cenários, criaturas e situações que rendem conteúdo visual fantástico. O jogo está sendo vendido também pelo Steam, mas ainda é caro para os bolsos brasileiros."
Ate entao fuiiiii....

Zura..
Ainda não vi aqui para a venda em Sampa... mas vou procurar e comprar.
Obrigado pela dica e a resenha.
Parabéns.
P.S. a gif é impagável.
kkkkkkkkkkkk
Comprei e não me arrependi
leitura bem intelectual e densa e muito difrente no nosso "usual" EUA / Nippon.
Valeu Zura.